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Mulheres precisam de oportunidades para empreender na energia solar, defende CEO da EcoPower

Em entrevista à agência epbr, Náchila Oliveira conta como o projeto #EnergiaDelas pretende apoiar a entrada de mulheres no mercado fotovoltaico



BRASÍLIA – O Brasil ultrapassou em março de 2024 a marca de 40 gigawatts de capacidade instalada de geração solar, movimentando um mercado de quase R$ 190 bilhões em investimentos e gerando até 1,2 milhão de empregos, no acumulado desde 2012, segundo estimativas da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar).

Mas, assim como em outros setores da economia, esses novos empregos ainda não conseguem incluir mulheres de forma equilibrada.

“É um setor muito masculino, as mulheres não têm incentivos e, em alguns casos, não se sentem capacitadas”, observa Náchila Oliveira, co-fundadora e CEO da EcoPower, em entrevista à agência epbr em março de 2024.

Fundada em 2013, em Barretos (SP), a empresa experimentou uma rápida expansão após a homologação do primeiro projeto – hoje já são 40 mil –, e atualmente tem 3% do mercado de energia solar do país, conta Náchila.

No entanto, a executiva observa uma baixa diversidade no setor, mesmo dentro da sua própria empresa.

“A gente percebeu que é um setor muito masculino. Tanto de funcionário interno quanto de franqueado. Olhando para isso, eu falei: preciso fazer alguma coisa, preciso dar força para as mulheres. Tanto para as mulheres serem franqueadas, quanto para que os maridos as apoiem para que elas possam comandar seus negócios”, diz a CEO.

Atualmente, a EcoPower conta com um percentual de 22% de participação de mulheres franqueadas, do total de 365 franquias espalhadas por todo Brasil.

Para aumentar esse percentual, Náchila lançou, em outubro de 2023, a iniciativa #EnergiaDelas, com capacitações, workshops e mentorias focados no empreendedorismo feminino, em parceria com o Sebrae.

A ideia é incentivar a independência financeira por meio da troca de experiências. O programa foi elaborado a partir de um mapeamento feito pela executiva entre agentes do setor que identificou que as mulheres não se sentem capacitadas e nem contam com incentivos para atuar nesse mercado.

Mulheres na liderança

Levantamento da Greener mostra que as mulheres representaram 41% do total de colaboradores no mercado solar brasileiro em 2023.

De acordo com a pesquisa, as distribuidoras fotovoltaicas com até 100 colaboradores, possuem em média 45% de mulheres atuando.

Mas elas estão em cargos administrativos, financeiros e de recursos humanos (53%). Na área comercial, a participação cai para 24%, enquanto em cargos de gestão e liderança, elas são apenas 7%.

No mercado de integração, o estudo da Greener aponta que cerca de 35% das empresas entrevistadas não possuem colaboradoras mulheres.

“[O #EnergiaDelas] é uma forma de fomentar o empreendedorismo, não só de ter novos negócios, mas também interno no seu trabalho, como você pode ser autônoma dentro daquilo que você faz, e crescer financeiramente”, explica a CEO da EcoPower.

Náchila conta que o início da sua carreira no setor de energia foi cheio de obstáculos, muitos deles pela falta de conhecimento em áreas de negócios. São justamente essas pedras no caminho que agora ela quer ajudar as mulheres a removerem em suas jornadas no mercado fotovoltaico.

Em março, mês das mulheres, a iniciativa também lançou uma campanha oferecendo 50% de desconto para empreendedoras interessadas em abrir sua primeira franquia solar.

“Na pandemia de covid-19, quem mais empreendeu foram as mulheres, que abriram um negócio dentro de casa, porque elas tiveram que deixar os empregos para ficar com os filhos. Mas elas se reinventaram e começaram a empreender. Então queremos dar um incentivo para que elas tenham acesso mais fácil e mais barato a novos negócios”, completa.


Por Naiara Machado

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